sábado, 29 de fevereiro de 2020

"Um ano antes de sua morte, Franz Kafka viveu uma experiência singular.
Passeando pelo parque de Steglitz, em Berlim, encontrou uma menina chorando porque havia perdido sua boneca. Kafka ofereceu ajuda para encontrar a boneca 
e combinou um encontro com a menina no dia seguinte no mesmo lugar.
Não tendo encontrado a boneca, ele escreveu uma carta como se fosse a boneca 
e leu para a garotinha quando se encontraram. A carta dizia: 
'Por favor, não chore por mim, parti numa viagem para ver o mundo'.
Durante três semanas, Kafka entregou pontualmente à menina outras cartas 
que narravam as peripécias da boneca em todos os cantos do mundo: 
Londres, Paris, Madagascar…
Tudo para que a menina esquecesse a grande tristeza!
Esta história foi contada para alguns jornais e inspirou um livro de 
Jordi Sierra i Fabra ( Kafka e a Boneca Viajante ), no qual o escritor imagina 
como teriam sido as conversas e o conteúdo das cartas de Kafka.
No fim, Kafka presenteou a menina com uma outra boneca.
Ela era obviamente diferente da boneca original.
Uma carta anexa explicava: 'minhas viagens me transformaram…'
Anos depois, a garota encontrou uma carta enfiada numa abertura escondida 
da querida boneca substituta.
O bilhete dizia:
'Tudo que você ama, você eventualmente perderá, mas, no fim, 
o amor retornará em uma forma diferente'."

- Franz Kafka e a Boneca Viajante 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

"E a gente vai vivendo e aprendendo que o que temos de mais precioso não é o que nossas mãos alcançam, mas o que o nosso coração abraça...