quarta-feira, 16 de setembro de 2015

"Na paixão, o sujeito apaixonado não possui o objeto amado, mas é possuído 
por ele. Por isso, o sujeito apaixonado não está em si próprio, 
na posse de si mesmo, no autodomínio, mas está fora de si, dominado pelo outro,
cativado pelo alheio, alienado, alucinado.
Na paixão se dá uma tensão entre liberdade e escravidão, no sentido de que
o que quer o sujeito é, precisamente, permanecer cativo, viver seu cativeiro,
sua dependência daquele por quem está apaixonado.
Ocorre também uma tensão entre prazer e dor, entre felicidade e sofrimento,
no sentido de que o sujeito apaixonado encontra sua felicidade ou ao menos
o cumprimento de seu destino no padecimento que sua paixão lhe proporciona."

- Jorge Larrosa Bondía in "Notas sobre a experiência e o saber de experiência"

    

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