quinta-feira, 14 de agosto de 2014

"Como Simba, expulso das terras do pai pelas armações do tio e movido pela própria culpa, todos nós vivemos uma espécie de exílio. Cobiçamos estar escolhendo caminhos sem o peso da origem, confundimos separação com rompimento, assim se faz uma adolescência.
O jovem equilibra-se entre o lugar de autor e personagem da própria história. Encarnando o sonho dos adultos, o adolescente acaba submetido a tramas insanas, que são de alguma forma potencialmente letais: se não lutar dentro de si com os sonhos e desejos dos pais e adultos que o subjugam, limitam e cobiçam, acabará sendo abduzido por eles, em um assassinato de sua originalidade. Não nos referimos a uma morte física, mas a uma anulação que acaba mantendo muitos jovens presos a um corpo em eterna evidência, a um presente contínuo, a uma infantilidade de pensamento que lhes embota a visão crítica, um de seus bens mais preciosos. "

- Corso & Corso em A Psicanálise na Terra do Nunca (p. 193)   


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