sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Livro: O último sopro de vida - Paul Kalanithi

Aos 36 anos, Paul Kalanithi, neurocirurgião brilhante, foi diagnosticado com um câncer incurável. O livro narra sua trajetória - a descoberta da doença, a esperança de uma possível remissão, a incerteza quanto ao futuro, a decisão de se tornar pai, a consciência do fim, a angústia de se despedir da vida antes da hora (contracapa).

"A faculdade de medicina aguçou meu entendimento sobre a conexão entre significado, vida e morte" (p. 49).

"Porque eu teria que aprender a viver de outro jeito, vendo a morte como um visitante onipresente, mas sabendo que mesmo se estivesse morrendo, até morrer de verdade, eu ainda estaria vivo" (p. 115).

"Mas uma coisa não pode ser furtada do meu futuro: Cady, minha filha. Espero viver o bastante para que ela tenha alguma lembrança de mim. [...] Talvez só exista uma coisa a dizer a essa criança, que é toda futuro sobrepondo-se brevemente a mim, cuja vida - excetuando o improvável - é toda passado.
Esta mensagem é bem simples:
Quando você chegar a um dos muitos momentos da vida em que precisa refletir sobre si mesma, fornecer um relato do que foi, do que fez e do que significou para o mundo - peço - peço não, oro - para que não se esqueça de que você preencheu os dias de um homem à beira da morte com uma alegria plena, uma alegria que me foi desconhecida em todos os meus anos passados, uma alegria que não pede cada vez mais, e, sim, descansa, saciada. E, neste momento, isso é algo enorme" (p. 147-148).

Paul faleceu quando Cady tinha oito meses de vida. O epílogo do livro foi escrito por Lucy, sua esposa. "Dois dias depois da morte de Paul, escrevi no meu diário uma mensagem para Cady: 'Quando uma pessoa morre, as pessoas tendem a dizer grandes coisas sobre ela. Por favor, saiba que todas as coisas maravilhosas que as pessoas estão dizendo agora sobre o seu pai são verdadeiras. Ele realmente era tão bom e corajoso assim' [...] Durante boa parte de sua jornada, Paul refletiu sobre a morte - se era possível encará-la com integridade. No fim, sua resposta foi sim". (p.165).


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