"Quando perdemos alguém que amamos, a dor é tão extravagante que nos come vivos, como se fosse uma daquelas formigas africanas que vemos nos documentários da National Geographic. A dor está lá quando acordamos. Continua lá quando respiramos. [...] E, quando por um instante nos distraímos, crava seus dentes bem no coração. Neste longo momento depois da perda, sabemos mais dos buracos negros do que os astrônomos, porque carregamos um dentro de nós. E arrancamos cada dia nosso do interior de sua boca esfomeada, com uma força que não temos, para que nos sugue de dentro para dentro".
- Eliane Brum em "As mães não deveriam morrer"
Muito bom esse texto. Realmente perder alguém é algo doloroso mas ainda assim é poético e lindo.
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