"Ocorre que também os pais vivem o luto pelos filhos [adolescentes], precisam fazer o luto pelo corpo do filho pequeno, pela sua identidade de criança e pela sua relação de dependência infantil. Agora são julgados por seus filhos, e a rebeldia e o enfrentamento são mais dolorosos se o adulto não tem conscientes os seus problemas frente ao adolescente. [...]
Ao perder para sempre o corpo do seu filho criança, vê-se enfrentado com a aceitação do porvir, do envelhecimento e da morte. Deve abandonar a imagem idealizada de si mesmo, que seu filho criou e na qual ele se acomodou. Agora já não poderá funcionar como líder ou ídolo e deverá, em troca, aceitar uma relação cheia de ambivalências e críticas. [...]
Só quando pode identificar-se com a força criativa do filho, poderá compreendê-lo e recuperar dentro de si sua própria adolescência. É neste momento do desenvolvimento onde o modo pelo qual se conceda a liberdade é definitivo para a conquista da independência e da maturidade do filho".
- Aberastury e Knobel em "Adolescência normal" (p. 16-17)
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