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terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

 "Restituir a vida de praticamente quase tudo o que nos era valioso e nos foi tirado parece pouco perto do quanto a presença nos fez maiores e mais completos.

[...]
E como eu sempre digo, vivo e respiro, talvez este seja o nosso melhor segredo da experiência do encontro e da despedida: o amor é mais forte que a morte. O amor fica".
(Ana Cláudia Arantes, p.07).



quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

 Para refletir…

Quando você perde sua mãe você vai perder a pessoa que mais te amou, aquela que melhor te conheceu, aquela que tudo perdoou, aquela que tirou seus medos e aquela que te procurou quando você estava perdido.
Quando você perde sua mãe, ninguém vai te lembrar de se agasalhar se estiver frio, nem vão te ligar a cada duas horas, para perguntar se você está melhor quando você não está
Quando você faz coisas erradas as pessoas vão ficar com raiva e você vai ter que se desculpar, porque só sua mãe atura seu mau caráter e te amará mesmo nos seus piores dias.
Quando você perde sua mãe, você vai sentir falta dela a cada natal e em cada aniversário e quando algo de bom acontece com você,
E toda vez que algo ruim acontece com você, você vai querer falar com ela para dizer a ela e você vai perceber que a cadeira dela está vazia e não mais estará ao seu lado.
Quando você perde sua mãe, haverá pessoas que te conhecem, mas ninguém como ela.
Haverá muitas pessoas que te amam, mas eles não vão te amar mais do que a si mesmos como ela te amou.
Quando você perder sua mãe o mundo será um pouco mais triste, estranho, menor.

- Desconheço autor





domingo, 7 de agosto de 2022

 


"Pela saudade de uma perda, passamos a respeitar o invisível.
Nem tudo precisa ser visto para ser amado".
- Carpinejar

quinta-feira, 7 de julho de 2022

 "A morte não nos rouba os seres amados. 

Pelo contrário, guarda estes seres e os imortaliza na recordação" 

- François Mauriac




sábado, 11 de junho de 2022

Diante da morte: "seja forte"

 “Seja forte”, amanheça e adormeça nas continuidades, fique com a sensação que alguém vai chegar, mas não chega…

“Seja forte”, se pergunte muitas vezes onde mora a força, enquanto recebe o desabamento que chega nas despedidas.

“Seja forte”, quando não sabe o que fazer com o sumiço dos olhos, da voz e do cheiro, enquanto procura o que fazer com tudo o que foi oferecido e foi morar em outras bandas…

“Seja forte”, receba o choro, congelado ou incessante, enquanto tenta entender o “nunca mais”, o choro, silencioso ou barulhento, que tem dias de cansaço, como se a gente usasse a reserva de lágrimas de uma vida inteira.

“Seja forte”, escute o silêncio no programa favorito dele, olhe para a poltrona que não recebe o dono, chore no almoço, diante do prato sem morador…

“Seja forte”, converse com o entardecer e conte dessa saudade imensa, que parece apertar quando a noite vai se achegando…

“Seja forte”, se aproxime da dor, fique com o silêncio da lua e das estrelas, se encolha, num abraço imenso em si mesmo, o abraço do medo, da vulnerabilidade, do desamparo.

“Seja forte”, coma sem fome, empurre o que não cabe, contrariando o coração, danado, que toma conta de tudo e não quer que entre mais nada…

“Seja forte”, ande por ruas da sua saudade, sustentando um choro que acontece no meio do supermercado ou do cinema, durante o almoço no restaurante, nas despedidas que acontecerão centenas de vezes.

“Seja forte”, receba quem morreu, abrace as memórias, chore diante das inaugurações sem esse amor.

“Seja forte”, tão forte, que banque manter por aqui quem morreu.

“Seja forte”, tão forte que ouse espalhar fotografias pela casa, fazer as receitas que ele amava, visitar os lugares em que estiveram.

“Seja forte”, se negue a calar o nome de quem partiu, se negue a deixar partir quem merece ficar.

“Seja forte”, amanheça e adormeça nas continuidades, fique com a sensação que alguém vai chegar, mas não chega, traga esse amor para as reuniões de família enquanto molha as plantas e sente o cheiro de café…

“Seja forte”, deixe que seu amor fique…

(Para todas as pessoas que tem a ousadia de “ser forte” através de todas essas delicadezas, mantendo por aqui quem amam, e há os que acreditem que nisso tudo não reside força…)


- Teresa Gouvea - Laços e Lutos




terça-feira, 25 de janeiro de 2022

 


"Você não está ao meu lado, mas segue dentro.

Onde quer que eu vá, você vai junto".

- Ana Jácomo


domingo, 9 de janeiro de 2022

"a morte é injusta porque não interrompe apenas os sonhos, mas os almoços de família, reuniões escolares, aniversários e comemorações de pele e alma. ela arranca um pai de seus filhos, afasta amantes de seus planos pro ano que vem, aparta um coração de outros muitos, que agora o amarão para sempre. ⁣

a morte é injusta porque, embora leve a pessoa amada, ela deixa. muita coisa. os perfumes usados, as roupas de anos anteriores, hábitos e gestos que agora flutuam mórbidos e solenes pelo ar da casa. e a quem fica resta o vazio e a ausência de andar com um buraco no lugar do sorriso. resta a procura fatídica e cotidiana de pegar as memórias de volta, os pertences, as risadas das fotos, as lembranças de alguém que ficará marcado para sempre no curso da história. ⁣
a morte é injusta não apenas porque interrompe a vida, mas sim porque arrasta pra um caminho irresoluto aqueles que ficaram e não sabem como reagir: como se reage a uma morte? como continuar vivendo sabendo que uma parte nossa foi embora, levando consigo segredos, detalhes, conversas que só nós tínhamos? como fazer o arroz, passar a roupa, ir ao mercado, olhar as redes sociais sem saber que aquela pessoa, aquela existe no mundo?⁣
como seguir a vida sabendo que ele foi embora pra nunca mais voltar. como continuar trabalhando se nossas células entraram em greve, de luto por alguém que não voltou. como falar sobre amor, sonhos, realizações, se uma parte nossa caiu no calabouço amargo e solitário da perda e se a perda é eterna enquanto continuarmos aqui?⁣
a morte é injusta não apenas porque desmonta nossa perspectiva sobre o que é a vida, mas também porque nos lembra da nossa fragilidade. é ela quem nos diz: vocês são limitados, limitantes, tão pequenos. a morte escancara que somos feitos de matéria, do pó, do mais ínfimo que existe na vida. e é isso que nos apavora e nos desorienta. é isso que nos torna tão vulneráveis, tão apáticos diante de algo tão grande e que não volta atrás.⁣
e choramos: não tem como voltar atrás. dar um último beijo, um primeiro abraço, um último adeus. é injusto ver alguém que se ama partir e precisar ficar para contar a história".

- Textos cruéis demais para serem lidos rapidamente





sexta-feira, 26 de novembro de 2021

 


"Cada um de nós traz no fundo de si um pequeno cemitério daqueles que amou".

Romain Rolland, In “Jean-Christophe” - do Facebook Filosofia para Sabedoria de Vida


terça-feira, 2 de novembro de 2021

 "Eu sei que minha ausência é dura, que desde que saí, seus dias não são como antes, sei que você tem dificuldade em conciliar o sono, sei o quanto você sente minha falta e o quanto deseja que eu volte.

Eu já te vi chorar e acredite, choro com você...

Não é fácil te ver triste, sei que é inevitável que chores, pois as memórias estão em todo lugar, vês fotos e o teu olhar se enche de tanta saudade, choras e eu acaricio o teu cabelo, já senti as tuas lágrimas, a tua dor e os teus medos...

Eu sei que você está com muito medo, que você acha que sua vida está acabando.

É normal, faz parte do luto... se tu soubesses que eu estou bem, que sou feliz e tudo o que eu quero é consolo.

Não chores... Já não!

Tem que aceitar que a todos nos acontece, que é assim, está escrito, que não é injusto, que os tempos de Deus são perfeitos.

Eu vivi e fui feliz, amei e me amaram... Vivi meu tempo como viverás o teu.

Não se preocupe comigo, eu estou bem, se você soubesse o quanto esse lugar é lindo, a paz e amor que existe. Há cores que você jamais imaginou, este lugar é realmente lindo e um dia iremos compartilhar mas não tenha pressa, será no seu tempo, a seu tempo. Viva, aproveite sua vida!

Encha seu coração com os melhores momentos que vivemos juntos... sei que minha ausência está em todos os momentos.

Já te vi chorar e te vi sorrir em alguma memória. Se você soubesse que se você rir eu sorrio com você, em cada conquista cada comemoração, em cada alegria em cada tristeza eu já estive com você, nunca vou te deixar sozinha...

Lembre-se que Deus nos empresta o nosso corpo, mas a alma nos presenteia e essa alma continua viva, sempre agarrada à sua.

Eu te amo e sei o quanto você me ama.

O amor mora em nossos corações, ouviste? ... continue pulsando no seu e lá estou eu.... não chore mais que a vida é linda. Eu sei que você se sente sozinha, mesmo que as pessoas que te amam e precisam de você. Seja forte! Que sua força é a luz que alimenta minha alma. Suas memórias são minhas, tenha consolo, tenha fé que Deus esta com você.

Não desista!

Você é pura essência de mim. Que a dor não perdure no seu coração. Sorria nessas memórias... seja feliz e aprenda a viver sem minha presença física, e não esqueça que a vida nos separa por um tempo... mas Deus nos une novamente.

Não tente entender a morte, fazer mil perguntas... entenda a vida porque a vida é o seu presente... quando pensar em mim por favor me dê um sorriso, que eu sou mais feliz ao ver também um lindo sorriso e te o Repito mais uma vez... se pensar em mim, estarei sempre, sempre com você.

Com amor:

Seu Anjo que cuida de você do céu"

Dedicado a todas essas pessoas que perderam um ente querido".


- Publicado no Facebook de Paulo Oshiro, pai enlutado. 




sábado, 9 de outubro de 2021

 "A experiência humana de perder alguém significativo ou de ver romper-se um vínculo com uma situação que dava significado à própria vida, definindo os contornos de sua identidade,  deixa marcas na biografia de qualquer pessoa. Somos seres biográficos e, em casa uma de nossas páginas, não ficam registrados apenas relatos, mas experiências verdadeiramente vividas".

- Maria Helena Pereira Franco em "O luto no século 21" (p. 45).




domingo, 26 de setembro de 2021

"Um relato não apenas sobre a morte de um pai amado, mas também sobre a memória e a esperança que permanecem com aqueles que ficam".

"Minha irmã Uche diz que acaba de avisar por mensagem um amigo da família, e eu quase grito: 'Não! Não conte para ninguém, porque se a gente contar vira verdade' " (p. 12).
"O luto é uma forma cruel de aprendizado" (p. 14).
"Minha raiva me assusta, meu medo me assusta [...]. Tenho medo de ir para a cama e acordar; tenho medo do amanhã e de todos os amanhãs que virão depois. [...] Como é possível o mundo seguir adiante, inspirar e expirar de modo idêntico, enquanto dentro da minha alma tudo se desintegrou de forma permanente?" (p. 22).
"[...] a idade no luto é irrelevante: não importa quantos anos ele tinha, mas o quanto ele era amado" (p. 37).
"Eu hoje me envergonho das palavras que já disse a amigos enlutados. 'Encontre paz nas suas lembranças', eu costumava dizer. Ter um amor arrancado, sobretudo quando isso é inesperado, e depois ouvir que se deve recorrer às lembranças. Em vez de virem me acudir, minhas lembranças trazem eloquentes pontadas de dor que dizem: 'É isso que você nunca mais vai ter'. Às vezes elas trazem o riso, mas um riso que é como carvões em brasa que logo voltam a se transformar nas chamas da dor. Tomara que seja uma questão de tempo - tomara que seja só demasiado cedo, terrivelmente cedo para esperar que as lembranças sirvam apenas como bálsamo" (p. 38-39).
"Finalmente entendo por que as pessoas fazem tatuagens daqueles que perderam. A necessidade de expor não só a perda, mas o amor, a continuidade. Eu sou filha do meu pai. É um ato de resistência e uma recusa: é a dor lhe dizendo que acabou, e o seu coração dizendo que não; a dor tentando encolher seu amor para deixá-lo no passado, e o seu coração dizendo que o amor é no presente" (p. 108).


- Chimananda Ngozi Adiche em "Notas sobre o luto"




quinta-feira, 16 de setembro de 2021

SUPERAR É UM PROCESSO QUE TEM O SEU PRÓPRIO TEMPO Por Guilherme Moreira Jr

 "Superar é um processo que tem o seu próprio tempo. Forçar uma superação, é interromper etapas emocionais que, por mais dolorosas que sejam, precisam cicatrizar aos poucos. E isso leva tempo.

Se culpar por não ter superado algo que te aconteceu ou alguém que saiu da sua vida é simplesmente injusto e irracional. Porque sim, existe como encontrar razão até nas perdas e traumas que vivemos.

Ainda mais quando se para e pensa que nada do que vivemos é esquecível completamente. Sempre fica uma ponta, um laço não dado. O tempo faz a gente entender essas lacunas e conviver com elas. Algumas a gente tem a sorte de conseguir uma resolução, um desfecho. Outras não.

São nos dissabores que tivemos onde mais temos que respeitar o nosso próprio tempo para curar as coisas. E o superar de cada um é diferente.

Eu estaria te enganando se dissesse que é possível, através de uma fórmula mágica, superar seja lá o você tiver vivenciado. Não é assim, e pra ninguém. Ninguém mesmo.

Superar tem muito a ver com o respeito e gentileza para sentir as nossas dores. Elas são reais. Elas estão lá e só cada um de nós sabe exatamente a gravidade e a intensidade desse machucar.

Você vai superar, mas calma. O desespero só vai te engolir e corroer todos os seus objetivos de uma vida leve.

Obviamente é bem fácil falar de superação quando não se está atravessando o limbo do sofrimento, da fala que fica engasgada, das lágrimas que descem constantemente.

Contudo, não é o fim. É um processo. Um processo que não tem hora ou data marcada. Superar vem no seu tempo. Esquece isso de tempo certo e errado, é apenas tempo.

Superar significa, no meu dicionário sentimental, o seguinte: ser gentil comigo, não achar que tudo vai melhorar só porque quero e nem que vai piorar só porque não aguento mais.

É isso. Se escute, se cuide e tenha paciência com a sua dor e penar. Vai chegar o dia de sorrir e se amar de novo. No seu tempo".


- Via Facebook Orgone




domingo, 21 de março de 2021

Livro: "É triste quando alguém morre"

 


Tenho muitos livros infantis que falam sobre morte e luto. Esse da editora Paulus, católica, é mais uma opção.
Eu achei a linguagem bem acolhedora e gostei das sugestões de atividades para homenagear a pessoa falecida e ajudar o adulto a facilitar o luto da criança.

"Para as crianças, que são 'novas' em tantas coisas, perder uma pessoa amada pode ser uma experiência extremamente difícil. [...]
Nós devemos 'estar presentes' para que essas crianças superem a perda. Elas necessitam de toda ajuda e apoio que podemos lhes dar. Elas vão lidar com essas experiências do jeito e no tempo delas, é claro. No entanto, podemos tomá-las pelas mãos e dividir o que sabemos sobre como passar por esse momento difícil".

"Algumas pessoas pensam que devem fingir que nada de ruim aconteceu quando alguém morre. Elas pensam que, se não chorarem, dizerem ou fizerem algo diferente, talvez tornem as coisas melhores.
Mas você não pode simplesmente esquecer que uma pessoa que você amava morreu. Porque você amava essa pessoa".

"Falar com um adulto ou um amigo pode ajudá-lo muito a superar os sentimentos dolorosos".

"É bom recordar coisas boas sobre essa pessoa e conversar sobre ele ou ela.
Talvez seja legal tentar imitar algo bom que essa pessoa fez. Se ela teve um jardim ou uma planta especial, você pode plantar um jardim ou cuidar de uma planta também".

"Lembre-se de que, ainda que você esteja triste agora, haverá muitos momentos felizes pela frente. A vida será diferente e você sempre sentirá saudade da pessoa que morreu, mas Deus e a pessoa que você ama estarão perto".

"Fazer algo também pode ajudar. Você pode desenhar [...]. Ou ainda criar um livro de recordações com desenhos e fotos que lembrem como aquela pessoa era maravilhosa, e as coisas que vocês fizeram juntos".

"Se o corpo da pessoa foi enterrado num cemitério, você pode ir até lá com um adulto [...]. Ver essas árvores e plantas é uma boa recordação de que existe um grande 'ciclo da vida' - flores desabrocham e logo morrem, e mais flores nascem".

"A vida em si é um milagre. Um dos maiores milagres é que o amor vive para sempre - assim como a nossa alma".


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

 "As pessoas ao seu redor dizem que a vida precisa continuar e você precisa seguir. 

⁣Seguir para onde? ⁣

⁣Como?⁣

⁣Por quê?⁣

⁣Quando o mundo se tornou tão insensível a ponto de não notar que cada amanhecer e cada anoitecer fazem seu coração doer de saudade? ⁣

⁣Quem permitiu que o mundo continuasse girando agora que, devido à perda, a sua vida parece ter estagnado?⁣

⁣A sensação é de estar existindo no piloto automático. Dar bom dia sem saber qual dia da semana é. Comer sem sentir prazer na comida. Vestir a primeira roupa que encontra no guarda-roupa. Conversar amenidades, pois os problemas alheios parecem desimportantes e irritáveis. As tarefas do seu dia a dia são realizadas com pouco ou nenhum envolvimento afetivo. Embora não com o mesmo desempenho, seu corpo faz o que precisa ser feito, mas a alma não está ali.⁣

⁣A vida precisa de alma.⁣

⁣E a sua está temporariamente adormecida – faz parte do processo. ⁣

⁣Infelizmente, o mundo não vai parar para que você viva o luto, então PARE VOCÊ! ⁣

Talvez você tenha medo de sentir e pense que, se o fizer, vai desmoronar. Talvez tenha medo de, uma vez no fundo do poço, não ser capaz de sair dali. Talvez acredite que o ideal é deixar o tempo curar a ferida aberta, mas o tempo NÃO transforma nada sozinho.⁣

Li um post que resume o que percebo diariamente nos enlutados: fugir das tempestades te deixa sem água para florescer. É verdade que a desorganização interna provocada pelo luto faz você se perder nos destroços da perda antes de começar a se (re)encontrar e reaprender a viver. Apesar disso, seus sentimentos são uma forma básica de comunicar necessidades que não estão sendo atendidas. Lutar contra eles é impossível, além de improdutivo a médio e longo prazo. Dê voz ao que você sente, expresse a dor para si mesma. Permita sentir aos poucos, e no seu ritmo, a inundação emocional. ⁣

⁣A vida lá fora segue acontecendo sem interrupções ou freios, mas para você poder se sentir parte dela outra vez, e com alma, antes será necessário desacelerar, olhar para dentro, cuidar das suas feridas com gentileza e presença. No seu tempo, mas agindo a favor dele".

- Psicóloga Camila ⁣Paiffer



domingo, 31 de janeiro de 2021

" 'Carregamos nossos mortos nas costas', Amós Oz me disse numa entrevista [...]. 

Ou, antes, somos relicários de quem amamos. Nós os trazemos aqui dentro, 

somos as memórias deles. E não queremos esquecer".


- Rosa Montero em "A ridícula ideia de nunca mais te ver" (p. 64-65).




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sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

O grão de mostarda

 A jovem Krisha Gotami teve um filho, mas essa criança morreu prematuramente. Em sua dor, ela levou a criança morta a todos os seus vizinhos, pedindo-lhes um remédio. E as pessoas diziam: 'Ela perdeu a razão, a criança está morta'. Finalmente Krisha encontrou alguém que deu resposta a sua súplica: 'Eu não conheço remédio para teu filho, mas eu conheço um médico que poderá fornecê-lo a ti'. Então ela respondeu: 'Eu te suplico, diga-me quem é essa pessoa'. O homem respondeu-lhe: 'Vá procurar Buda em Sakyamuni'.

Krisha Gotami foi até o Buda e exclamou em prantos: 'Senhor, nosso Mestre, dê-me um remédio para curar meu filho'. O Buda respondeu: 'Não é necessário nada mais do que um grão de mostarda'. E como a jovem mulher prometesse procurá-lo, ele acrescentou: 'Esse grão de mostarda deve vir de uma casa que não perdeu um filho, um parente, um amigo'.

A pobre Krisha Gotami foi de casa em casa; as pessoas tinham pena dela e diziam-lhe: 'Eis o grão de mostarda, toma-o'.

Mas quando ela perguntava: 'Vós perdestes, em sua família, um filho, uma filha, um pai, uma mãe?' Eles respondiam: 'Ai! Os vivos são pouco numerosos, mas os mortos são inúmeros! Não desperte nossa dor'. E ela não encontrou uma única casa em que não tivesse a deplorar a morte de um ente querido.

Fatigada e desesperada, ela sentou-se à beira do caminho, contemplando as luzes da cidade; elas se enfraqueceram, depois logo se apagaram. A escuridão tomou conta do lugar. Ela pensou no destino do homem cuja vida se enfraquece, depois se apaga, e disse consigo: 'Que egoísta sou em minha dor! A morte é o destino comum. Sem dúvida há neste vale de desolação, um caminho que leve à imortalidade que desenraíze todo egoísmo'. E, dominando o egoísmo do seu amor pelo seu filho, Krisha Gotami enterrou seu cadáver no bosque. Ela partiu, em seguida, para junto de Buda e nele se refugiou, encontrando consolo no Dharma, bálsamo que atenua todas as penas dos corações dilacerados.

O Buda, então, disse: 'A vida dos mortais sobre a terra está envolta, atravessada e alterada pela dor. Porém não há nenhum meio para aqueles que nascem deixarem de morrer, após a velhice vem a morte. Assim o quer a natureza dos seres vivos. Da mesma forma como os frutos maduros chegam a ponto de cair da árvore, também os mortais, desde o instante em que nascem, caem no poder da morte. Todos são submissos a ela. Entre os que, assustados pela morte, abandonam a vida, o pai não pode salvar seu filho, nem os mesmos da família seus pais. Vede! Enquanto os pais olham e se lamentam com amargura, um homem após outro é levado como um boi que se leva ao matadouro. Assim, o mundo é afligido pela morte e ruína, e é por isso que o sábio não é desconcertado, porque conhece as leis do mundo' (...).

Fonte: A tradição e as vias do conhecimento - ontem e hoje, Fernando Schwarz, Edições Nova Acrópole, páginas 86 e 87 - do Facebook "Nova Acrópole Brasil".









segunda-feira, 2 de novembro de 2020

"Os que amei e morreram me visitam, não como fantasmas ou espíritos 
mas como realidades: o tempo não é tão importante, nada do que houve se destruiu,
 está em mim para que eu o preserve.
[...]
Importa que eu acredite mais na vida que na morte, mais na presença
que na ausência: significa mais do que luto ou amargura, é o melhor
que posso fazer por esse que perdi - sem o perder".

- Lya Luft em "As coisas humanas" (p. 87-88).


terça-feira, 13 de outubro de 2020

Imortais - Gaby Andrade

"Não é ser melhor do que os outros. 
É buscar ser sempre a sua melhor versão.
Não é chegar rápido. 
É entender que, às vezes, você precisa de pausas.
Não é querer agradar todo mundo. 
É agir de acordo com seus princípios e ser fiel a si mesmo.   
Não é ser o mais bonito, o mais sarado, o mais rico.
É ter o sorriso mais sincero.
Não é ter milhões de seguidores nas redes sociais.
É ter quem caminhe ao seu lado.
Não é ser feliz o tempo todo.
É saber tirar lição dos momentos difíceis.
Não é ser aceito e admirado pelos outros.
É se amar, se conhecer, se aceitar e cuidar de si mesmo.
Não é construir impérios.
É construir vínculos.
É morrer, mas continuar vivo no coração de alguém.
O afeto de quem nos ama faz a gente viver além da nossa própria existência.
O amor nos torna imortais".

-  Resiliencia_humana
Por @elaemcaracteres
Do livro: Ela em caracteres - Gaby Andrade




  

sábado, 29 de agosto de 2020

Somos fênix - Lya Luft

"A estranha ave lendária que se imolava no fogo e dele renascia é muito usada como metáfora de nosso próprio renascimento de horas ou fases muito difíceis.
Ninguém, eu acho, olhando sua vida, pode dizer que jamais teve essa sensação: 'Agora, acabou; nada faz sentido'. Ou: 'Não vou aguentar'. Ou: 'Isso eu não vou poder suportar'. 
No entanto, me ensinou a vida, mesmo quando estamos numa UTI emocional, como a perda de alguém muito amado, esperando ou até desejando o fim e a paz, um dia conseguimos levantar: somos liberados dos aparelhos que nos mantinham vivos, chegamos até a porta... somos transferidos para um quarto ...

Dali, podemos espiar o corredor, andar por ele apoiados em alguém ou de bengala, e enfim respiramos quase normalmente. A pedra pesada e escura no meu peito aliviou. Um pouco. Mais um pouco. Talvez eu nunca me livre dela inteiramente, mas estou aprendendo a lidar com ela. Tenho para isso o resto da minha vida.
Estamos vivos. 

Nos reconstruímos, de um jeito ou de outro, das próprias cinzas. Existe o mundo com suas belezas e crueldades, existem a loucura, a neurose, o rancor inexplicado, a violência e a guerra, mas também podemos buscar alguma claridade [...].

Um luto grave nos deixa de mal com o mundo, e com nós mesmos: tudo é ruim, tudo é horrível, tudo parece nos agredir se não for coberto de nevoeiro e sombra.

[...]

Descobrimos ou redescobrimos o valor dos afetos, das coisas simples, daquela voz no telefone, aquele e-mail ou Whats, daquele passo no corredor, daquele gesto afetuoso ou um simples olhar de cumplicidade - pois nem todos sabem, ou conseguem, grandes abraços e palavras - mas, perto ou longe, estão conosco. 

E tudo isso nos fez de novo viver. A Fênix incansável ajeita as penas chamuscadas, olha em torno, abre as asas, tenta seu voo: isso somos.

Até que um vendaval mais forte nos leve embora também."

- Lya Luft em "As coisas humanas" (p. 26-27).


sexta-feira, 28 de agosto de 2020

"- Mãe.
- Sim.
- O amor acaba quando as pessoas morrem?
- Claro que não.
- Mas o coração deixa de bater e deixa de sentir.
- Meu filho, quando um relógio para, o tempo deixa de passar?
- Não.
- Com o coração é a mesma coisa. Pode parar e deixar de bater, 
mas o amor que trazia nunca vai passar, porque o deixou ficar por onde passou".

- Facebook lado.a.lado


  "E no final, acho que não precisamos fazer nada para sermos amados. Passamos a vida toda tentando parecer mais bonitas, mais intelige...