"Querida Impermanência,
Você é a lição mais importante da vida,
E a que mais demoramos para aprender.
Quando a ficha da impermanência cai
Já é tarde demais.
A saudade queima, mas não traz de volta.
Um dia paramos de perguntar “de onde vem os bebês”
E começamos a perguntar “para onde vão as vovós”.
A terra da saudade existe,
A terra onde a memória vive a dor de um abraço impossível de acontecer.
Nada veio para ficar,
E conseguir aproveitar o tempo que nos é dado
É uma dádiva.
Viver a experiência do agora,
Do café, da conversa, do mel e do hoje.
Viver é brincar de impermanência
Em que hoje é,
E pode ser que nunca mais será.
A ironia é que não sabemos onde estará o fim,
Pode estar virando a esquina.
Quem viveu, viveu.
E nada viverá para eternizar-se.
A vida é um sopro, uma folhinha caindo da árvore.
Somos assombrados pela consciência da impermanência.
Todo encontro é uma saudade adiada.
Hoje é, hoje é, hoje é.
Até que um dia,
Era.
E ai, já era".
- Pedro Salomão
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