"O processo de crescimento e expansão da consciência é, em parte, autônomo. Sob essa luz, vemos que cabe ao psicoterapeuta e ao cliente aprender a dar passagem, a compreender e cooperar com esse processo.
[...]
A tarefa do terapeuta é acolher o cliente, com tudo que esse traz de tenebroso ou sublime, deixando-o depositar no chão sua bagagem [...].
O terapeuta torna-se, na maioria das vezes, acompanhante e, mais raramente, guia de uma enorme jornada" (p. 21-22).
"A escuta interessada do terapeuta é curativa por si só, uma vez que consegue, por espelhamento, fazer emergir o interesse da pessoa por si mesma" (p. 27).
"Acho que o próprio princípio da terapia, o fato de o trabalho ser feito a dois, já fala sobre os rumos do processo. [...] O simples fato de uma outra pessoa ver o mesmo acontecimento a partir de um outro ângulo já provoca movimento" (p. 38).
"As pessoas tendem a se prender a experiências do passado ou a viver fantasiando possibilidades de futuro. Sonham acordadas em vez de se dedicarem a descobrir o que está imediatamente disponível, enfraquecendo sua energia para a ação" (p. 40).
"Eleger alguém para ouvir histórias e queixas que foram guardadas com tanto cuidado e por tanto tempo é um ato radical de escolha. O início do processo é um monólogo que se torna, com o passar do tempo, um diálogo" (p. 41).
"Não temos o poder de mudar os fatos da vida; o ponto de partida da psicoterapia consiste na possibilidade de olhar a própria vida a partir de outro ângulo [...]. Reconstruindo uma outra história" (p. 47).
"Estar em contato, sabendo quando retroceder, exige fé no processo e confiança no fato de que o cliente tomará o melhor caminho para si mesmo" (p. 74).
"E o que é ser terapeuta senão isso: [...] olhar com atenção, garimpar e colecionar minúsculos e insignificantes pedaços de fios de histórias, [...] reservando-os para serem usados no momento certo do bordado" (p. 94).
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