segunda-feira, 29 de março de 2021

 Livro de um médico que propõe reflexões interessantíssimas sobre envelhecimento,  finitude, cuidados paliativos e a luta incansável (e no final, sempre falha) de evitar a morte.

Recomendo!

"Aprendi sobre muitas coisas na faculdade de medicina, mas a mortalidade não foi uma delas. [...] embora tenham me dado um cadáver seco para dissecar, aquela era apenas uma maneira de aprender sobre a anatomia humana. Nossos livros didáticos não continham quase nada a respeito do envelhecimento, da fragilidade ou da morte. O desenrolar do processo, a experiência  das pessoas no fim de suas vidas e a maneira como os outros a sua volta são afetados pareciam questões irrelevantes" (p. 11).

"A morte, é claro, não é um fracasso. A morte é normal. A morte pode ser o inimigo, mas é também a ordem natural das coisas" (p. 17).

"De acordo com o que ouço das pessoas idosas, não é a morte que elas temem. É o que acontece antes da morte - a perda da audição,  da memória,  dos melhores amigos, do estilo de vida a que estão acostumadas" (p. 59).

"[...] assim nasciam as casas de repouso atuais. Nunca foram criadas para ajudar as pessoas que estivessem enfrentando a dependência na velhice; foram criadas para liberar leitos nos hospitais" (p. 73).

"Os profissionais da área médica concentram-se na reparação da saúde, não no sustento da alma" (p. 124).

"Tudo o que pedimos é que nos seja permitido permanecer como o escritor de nossa própria história. Essa história está em constante mudança" (P. 135).

"Passar os últimos dias de vida em uma UTI devido a uma doença terminal é, para a maior parte das pessoas, uma espécie de fracasso. [...] O fim chega sem lhe dar a chance de se despedir ou de dizer 'Está tudo bem' , 'Desculpa' ou 'Eu te amo'.

Pessoas com doenças graves têm outras prioridades além de simplesmente prolongar suas vidas. As pesquisas indicam que entre suas principais preocupações estão evitar o sofrimento, fortalecer seus relacionamentos com familiares e amigos, estar mentalmente conscientes, não ser um fardo para os outros e alcançar uma sensação de completude" (p. 148).




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"E a gente vai vivendo e aprendendo que o que temos de mais precioso não é o que nossas mãos alcançam, mas o que o nosso coração abraça...