quinta-feira, 7 de agosto de 2014

"Quando eu era um jovem estudante da psicoterapia em busca do caminho a seguir, o livro mais útil que li foi Neurose e desenvolvimento humano: a luta pela auto-realização (Neurosis and Human Growth: The Struggle Toward Self-Realization), de Karen Horney. E o conceito isolado mais útil desse livro foi a noção de que o ser humano possui uma propensão inata para a auto-realização. Se os obstáculos forem removidos, acreditava Horney, o indivíduo se desenvolverá e se transformará num adulto maduro plenamente realizado, assim como da bolota se desenvolverá um carvalho.

'Assim como da bolota se desenvolverá um carvalho…' Que imagem maravilhosamente libertadora e elucidativa! Mudou para sempre a minha abordagem da psicoterapia por me oferecer uma nova visão do meu trabalho: minha tarefa era remover os obstáculos que bloqueiam o caminho do meu paciente. Não precisei fazer todo o trabalho; não precisei incitar no paciente o desejo de crescer, com curiosidade, vontade, gosto pela vida, afeição, lealdade ou qualquer uma da infinidade de características que nos tornam inteiramente humanos. Não, o que tive de fazer foi identificar e remover os obstáculos. O resto se seguiria automaticamente, alimentado pelas forças de auto-realização dentro do paciente."

- Irvim D. Yalom - Os desafios da terapia (p. 21) 




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