quinta-feira, 8 de outubro de 2020

"Eu sou a minha casa. Habito-me. Sou as minhas paredes e o meu chão. 
Eu sou os meus alicerces. Cada divisão me faz completa. 
Sou as minhas janelas e gosto de as abrir de par em par ao sol. 
Gosto de as deixar abertas e das correntes de ar que o vento faz na minha alma. 
Gosto de me sentir bonita e dos vasos com flores no parapeito. 
Às vezes, tento sair de mim só para poder regressar e lembrar-me 
de como é bom estar em casa. Os meus amigos entram sem bater à porta 
e o meu coração é onde ficamos a conversar e a rir. 
Às vezes, fico à lareira a ouvir-me crepitar.

Eu sou a minha casa e habito-me. Gosto das memórias que trago ao peito 
e das fotografias que só o meu olhar tirou. 
Às vezes penso que podia combinar a cor das toalhas com a cor dos azulejos, 
que podia não me deixar desarrumada por onde sou, 
mas não tenho tempo para não ser eu.

E, em dias como hoje, limpo os cantos à alma, desembacio o coração 
e puxo o brilho aos olhos. Eu moro em mim. E, quando chegar a hora de sair, 
terei a certeza de que nunca me deixei desabitar".

Do Facebook Lado.a.lado


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