Um dia isso vai ser engraçado.
Você vai tomar um gole de vinho e sorrir enquanto diz “tu lembra quando parecia que não ia passar?”.
Vai rir quando lembrar que prometeu nunca mais amar, sem saber que só os românticos dizem isso.
Um dia você não vai mais sentir o cheiro dessa pessoa em lugares aleatórios, vai ouvir novamente as canções de vocês sem chorar, vai dormir sem pensar “o-que-será-que-ele-tá-fazendo-agora?” ou “será-que-ainda-dói-pra-ele-também?”
Você vai conhecer outras pessoas. Talvez algumas delas não sejam muito legais, preciso avisar. Vai ver que nenhuma delas é como o amor que você perdeu, então vai doer.
Nesse processo, você provavelmente vai beijar outras bocas buscando a sensação que sentia com ele e descobrirá que Carpinejar tinha razão quando disse que “não adianta procurar o beijo que você ama em outra pessoa. O gosto do beijo não é o gosto da boca. O gosto do beijo é o gosto do amor".
Até que um dia, dia este que a gente nunca sabe exatamente quando é, depois de muito choro, muitos beijos, muitas noites sem dormir, você verá beleza no mundo outra vez. Se olhará no espelho e decidirá não desistir de si mesma. Vai sentir a dor diminuindo aos pouquinhos, até que seja só cicatriz.
As músicas voltarão a ser bonitas, os perfumes serão só perfumes, e você entenderá que, mesmo quando não dura para sempre, o amor é bom.
Retire cada lição necessária da dor. Um dia por vez, respeitando seu tempo, deixando a ferida sangrar até estancar.
Cada dia de dor que você suporta hoje, é um dia a menos para a felicidade chegar.
Não é auto-ajuda. Não é texto de motivação. É uma certeza: isso também passa.
- Escrito por Drica Serra (A menina e o violão)
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