"Desde criança [...] Eu queria era crescer. Ser dona do meu nariz de uma vez por todas. [...] Nada é mais encantador do que a independência. Muito mais encantador do que a infância. As pessoas cultuam o universo infantil de uma maneira romântica e nostálgica, sentem falta da autenticidade perdida. Mas se a perderam, foi por condicionamento, por acharem que depois de determinada idade toda fantasia é capricho. Não é. Os pensamentos puros, a espontaneidade, a vibração, o deslumbramento, tudo isso eu mantenho e sinto hoje muito mais do que no passado: crescer não me emparedou, ao contrário, me abriu as portas de casa, o portão do colégio, ganhei a chave da rua e a tutela da minha existência".
- Martha Medeiros em Divã (p. 24).
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