"Ninguém se zanga com um burro porque ele não sabe cantar, pois a constituição
de um burro nunca lhe deu uma chance de fazer algo que não fosse zurrar.
Da mesma forma, não se pode culpar um amante por amar ou não amar, pois
é uma questão além da sua escolha e, portanto, além de sua responsabilidade
- embora o que torne a rejeição no amor mais difícil de suportar do que burros
que não sabem cantar é que um dia o amante foi visto amando.
É mais fácil não culpar o burro por não cantar porque ele nunca cantou,
mas o amante amou, talvez há bem pouco tempo, o que torna a realidade
da afirmação Eu não te amo mais ainda mais difícil de digerir".
- Alain de Botton em "Ensaios de amor" (p. 170-171).
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