"Imaginando, a criança pode brincar com temas próprios de sua realidade psíquica, por vezes difícil, como o amor, a morte, o medo, a rivalidade fraterna, a separação e o abandono.
[...]
O psicanalista francês René Diatkine, ao selecionar, entre todos os recursos, o conto, optou pelo estímulo que possibilita à criança imaginar para si mesma outra história. E foi mais longe, ao considerar tal capacidade fundamental para todos nós, durante toda a vida. Assim, tanto mais saudável serei quanto mais puder, sem fugir da realidade, refazer dentro de mim mesmo a minha realidade, transformando-a por meio da história, em algo menos duro e mais alentador. Como dizia o poeta Mário Quintana, a vida nos cobra a sua cara moeda. E sobreviver também é encontrar uma forma mais leve de pagar."
- Celso Gutfriend em "Contos e desenvolvimento psíquico"
- Revista Viver Mente e Cérebro - novembro de 2004
(Cena do filme "Para sempre Cinderela")
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