domingo, 1 de agosto de 2021

 "A lista completa, em Maria 9:18, dos sete poderes que existem em nossa interioridade é tanto a mais humilde quanto a mais útil por ser humana. 

[...]

O primeiro é escuridão. O peso,  depressão [...] Aquela sensação de que as coisas estão muito ruins e sempre serão péssimas. [...] Desamparo. Desesperança. E se sentir só.

O segundo é desejo [...]. Para mim, desejo ou ânsia é apego. Desejar que as coisas fossem diferentes. [...].

O terceiro é ignorância. [...] É quando fico inconsciente sobre alguma coisa. [...] Às vezes, precisamos abrir a nossa percepção para um aspecto de nós mesmos [...] gradualmente. Aliás, isso é prudente. A ignorância de que Maria fala é diferente; trata-se dos estados inconscientes em que podemos cair e depois agir a partir deles.

O quarto é fervor pela morte. [...] Tem a ver com fazer escolhas em nossas vidas que colocam em risco a nossa saúde ou comprometem a longevidade. [...]

O quinto é o reino da carne. Ou escravidão ao corpo físico. [...] É o poder que mais tarde foi definido como luxúria. [...] Para mim, como mulher, como sobrevivente, é um triunfo ser luxuriosa, estar presente em meu corpo durante o sexo. [...] Onde o quinto poder pode nos fazer tropeçar é quando nós nos esquecemos de que também somos uma alma, não só um corpo apaixonado com suas necessidades ardentes. [...]

O sexto é a sabedoria tola da carne. Ou a falsa paz da carne. Esse poder mais tarde veio a ser conhecido como preguiça. [...]

Podemos confiar no corpo para nos levar aos reinos do prazer e da alegria que não precisam ser separados de nossa espiritualidade ou religião. [...]

O sétimo poder no Evangelho de Maria é a sabedoria da pessoa irada. Ou a compulsão à raiva. [...]

Sentir e expressar a raiva me parece saudável. A raiva cria limites apropriados para pessoas que não nos apoiam ou não são boas para estar perto de nós. [...] A raiva diante de injustiças é  um ato de amor. [...]

Entretanto, a raiva também pode nos devorar de dentro para fora. [...]

Sabemos que machucar as pessoas nos machuca também. [...] Como deixamos a raiva nos motivar e mobilizar sem que nos queime ou a todos ao redor? [...]

Veja tudo o que temos de enfrentar, todos os poderes assustadores que existem dentro de nós. E, ainda assim, por outro lado, a sensação é de alívio. Bem-vindo à raça humana. [...] Você não está só. Não é esquisito, ou estranho, nem mesmo diferente. Foi criado para sentir todas essas coisas. E nenhuma dessas sensações, desses poderes, o torna menos sagrado. Eles o conectam. Fazem de você o que você é. E isso faz parte de todo o sentido de estar aqui. Sentir essas coisas horríveis e prejudiciais, e encontrar o caminho de volta ao amor".


Megan Watterson em "Maria Madalena Revelada" (p. 129-134).




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