eu me perdôo por, às vezes, não ter coragem de aceitar que algumas coisas precisavam mesmo acabar, por ter me arrancado de mim mesmo quando eu mais precisei do meu abraço.
eu me perdôo por todas as vezes em que insistir ficar em lugares quando o meu peito já implorava por minha partida. por empurrar pra dentro de mim, por tanto tempo, pessoas que já não tinham tanto a ver comigo só por medo de não saber como eu seria sem elas.
a verdade é que eu continuei
e foi incrível.
"eu me perdôo por ter aceitado qualquer migalha só por medo de ficar sozinho, por me enganar achando que ser só era ser incompleto. quando na verdade, na maioria das vezes em que me encontrei, foi ao meu lado.
eu me perdôo por ter acreditado que outro me faria bem e ignorado quando a minha intuição dizia que me faria mal. por ter aceitado o mínimo. por todas as vezes que arranquei a casca da ferida só pra negar a mim mesmo que eu precisava ir embora. e por todas as vezes que parcelei a dor e tudo o que me machucou só pra não ter que lidar com o fim.
me perdôo pelas vezes que abri o meu peito pra qualquer um que prometesse amor, sem ao menos, ter considerado que entre todos os amores, o mais importante de todos, é o amor que sinto por mim.
eu me perdôo por ter me culpado, por ter me maltratado toda vez que alguém partia. e por todas as vezes que me julguei insuficiente a cada abandono.
eu me perdôo.
e compreendo que preciso, na verdade, aprender a admirar a pessoa que eu fui, e principalmente quem eu sou agora".
- Iandê Albuquerque
Nenhum comentário:
Postar um comentário