CAPÍTULO 1. Ando pela rua. Há um buraco fundo na calçada. Caio. Estou perdido, sem esperança. Não é culpa minha. Leva uma eternidade para eu encontrar a saída.
CAPÍTULO 2. Ando pela mesma rua. Há um buraco fundo na calçada, mas finjo não vê-lo. Caio nele de novo. Não posso acreditar que estou no mesmo lugar, mas não é culpa minha. Ainda assim, leva um tempão para eu sair.
CAPÍTULO 3. Ando pela mesma rua. Há um buraco fundo na calçada. Vejo que ele ali está. Ainda assim, caio. É um hábito. Meus olhos se abrem. Sei onde estou. É minha culpa. Saio imediatamente.
CAPÍTULO 4. Ando pela mesma rua. Há um buraco fundo na calçada. Dou a volta.
CAPÍTULO 5. Ando por outra rua.
- Texto extraído de O Livro Tibetano do Viver e do Morrer, de Sogyal Rinpoche
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