- Do filme "Para todos os garotos que já amei"
Eu adoro comédias românticas e filmes/livros para adolescentes (me julguem) hahaha
Mas escolhi esta frase porque a personagem principal, Lara Jean, perdeu sua mãe quando ainda era criança e talvez por isso prefira viver suas histórias na fantasia ... assim, não corre o risco de perder outras pessoas e sofrer. Desde os primeiros amores platônicos ainda na infância, ela apenas escreve cartas para os meninos de quem gosta e guarda seus sentimentos para si mesma. Um dia, as cartas são enviadas e ela vai passar por algumas situações inesperadas.
E queria aproveitar o gancho para falar um pouquinho sobre o medo de perder, de nos decepcionar, de sofrer ... Seja em relação a projetos ou pessoas, é comum que a gente tenha medo de se abrir para o novo, e às vezes, mesmo sem perceber, acabe criando barreiras ou desistindo diante do primeiro obstáculo.
Como sempre comento com meus amigos e pacientes (e às vezes preciso lembrar, também), o medo de sofrer já é um sofrimento em si. Não viver plenamente já é uma perda, amores. Isso sempre foi claro para mim, mas se fortaleceu ainda mais em 2015 quando perdi meu pai (já falei sobre isso várias vezes, eu sei) e também com minha experiência com os grupos de enlutados. Só há uma coisa para a qual não existe volta: a morte. Perder alguém que amamos é muito difícil, sim. Mas essa perda se torna ainda maior quando a gente não conseguiu viver tudo o que seria possível com aquela pessoa. Se viveu, ainda que tenha acabado, valeu, porque as memórias são eternas.
Fico preocupada com essa "ditadura do desapego"; penso que é preciso ter equilíbrio em tudo. Tomemos cuidado para não confundir o sentimento de posse com a anestesia dos sentimentos (será que ela é mesmo possível?).
Gostei do trecho de um texto da Marília Sampaio (Um manifesto contra o desapego, disponível aqui https://odeaoscolhoes.wordpress.com/2014/05/23/um-manifesto-contra-o-desapego-pelo-direito-de-gostar-das-pessoas/), no qual ela escreve:
Eu tenho buscado (com minhas reflexões, com terapia e ajuda dos meus amigos) ter essa coragem. E espero que, se isso fizer sentido pra você, você busque também a justa medida entre o apego e o desapego, entre o medo e a coragem.
- Psicóloga Luciana França Cescon
E queria aproveitar o gancho para falar um pouquinho sobre o medo de perder, de nos decepcionar, de sofrer ... Seja em relação a projetos ou pessoas, é comum que a gente tenha medo de se abrir para o novo, e às vezes, mesmo sem perceber, acabe criando barreiras ou desistindo diante do primeiro obstáculo.
Como sempre comento com meus amigos e pacientes (e às vezes preciso lembrar, também), o medo de sofrer já é um sofrimento em si. Não viver plenamente já é uma perda, amores. Isso sempre foi claro para mim, mas se fortaleceu ainda mais em 2015 quando perdi meu pai (já falei sobre isso várias vezes, eu sei) e também com minha experiência com os grupos de enlutados. Só há uma coisa para a qual não existe volta: a morte. Perder alguém que amamos é muito difícil, sim. Mas essa perda se torna ainda maior quando a gente não conseguiu viver tudo o que seria possível com aquela pessoa. Se viveu, ainda que tenha acabado, valeu, porque as memórias são eternas.
Fico preocupada com essa "ditadura do desapego"; penso que é preciso ter equilíbrio em tudo. Tomemos cuidado para não confundir o sentimento de posse com a anestesia dos sentimentos (será que ela é mesmo possível?).
Gostei do trecho de um texto da Marília Sampaio (Um manifesto contra o desapego, disponível aqui https://odeaoscolhoes.wordpress.com/2014/05/23/um-manifesto-contra-o-desapego-pelo-direito-de-gostar-das-pessoas/), no qual ela escreve:
"Apego não tem a ver com posse, monogamia,
relacionamento. Apego é o que devemos sentir por quem deixamos entrar
em nosso corpo e na nossa vida. Desapego é o que devemos ter pelo dinheiro e pelas coisas. Devemos deixar as pessoas irem, quando é pra ir, mas descartar não.
Esse lance de desapego me soa como medo de sofrer: 'ó, não vou criar expectativas porque depois vou me frustrar' é a dor antecipada. É coisa de gente que não se joga. É discurso de gente vazia".
Nossa própria finitude (outro tema recorrente nos meus posts) também nos coloca frente a frente com este desafio: vamos esperar estar nos últimos dias (como se soubéssemos quando eles virão, pois ainda que exista um diagnóstico médico de terminalidade, ele é uma previsão e não certeza) ou vamos viver com coragem cada dia como se fosse o primeiro, o último e o mais importante?Eu tenho buscado (com minhas reflexões, com terapia e ajuda dos meus amigos) ter essa coragem. E espero que, se isso fizer sentido pra você, você busque também a justa medida entre o apego e o desapego, entre o medo e a coragem.
- Psicóloga Luciana França Cescon
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