sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Yalom traz dez histórias de pacientes que ressignificam suas experiências de vida, principalmente diante da perda de um ente querido, do envelhecimento ou de um diagnóstico letal.

“Estou dizendo que prever fins pode nos incentivar a agarrar o presente com mais vitalidade” (p. 35).

“Para mim, uma das piores coisas sobre a morte é que, quando eu morrer, meu mundo inteiro (quer dizer, meu mundo de lembranças, esse mundo rico povoado por todos que já conheci [...]) desaparecerá comigo. Simples assim. Nas últimas semanas venho esvaziando caixas de velhos jornais e fotos. Olho para eles, talvez uma foto de alguma rua do meu bairro de infância ou algum amigo ou parente que nenhuma outra pessoa viva conheceu, e jogo fora. Sempre que faço isso, algo treme por dentro quando vejo pedaços de meu velho mundo real se desfazendo” (p. 47).

“Parece paradoxal, mas com frequência a perda daqueles com quem tínhamos relacionamentos gratificantes é mais fácil do que daqueles com quem tanta coisa era insatisfatória, com quem havia tantas questões em aberto” (p. 63).

“Observei repetidamente que o grau de terror da morte experimentado está relacionado ao grau de vida não vivida” (p. 70).

“Tudo que posso oferecer numa sessão é ser real, saltar para dentro da vida do paciente, oferecer observações na esperança de que ele seja capaz de abrir portas e explorar algumas partes novas de si na terapia em andamento” (p. 93).

“Quero ouvir que não tenho de dar as costas aos pensamentos sobre sofrimento ou morte, mas que também não tenho de dispensar tempo demais para eles. Quero aceitar que a vida é temporária e, à luz (ou à sombra) desse conhecimento, saber vivê-la. Viver agora” (p. 139).

“Lembro que um dia fomos assistir a corrida de cavalos. Fiquei surpresa com o fato de Billy não fazer uma aposta. Quando perguntei o motivo [...] disse que já havia consumido sua sorte vencendo na loteria da vida; que, entre milhões de espermatozoides, ele teve a sorte de pegar o bilhete premiado. [...] disse que devia à loteria da vida o fato de não jogar fora seu dinheiro nem querer o dos outros, pois preferia usá-lo para viver a vida em sua plenitude” (p. 147).



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