"Olha pra mim, eu também queria que fosse mais fácil.
Queria não ter passado por algumas coisas, mas passei,
e essa sou eu depois da tempestade.
Tem coisas que eu ainda tento esquecer.
Tem palavra que eu leio e relevo.
Tem coisa que eu queria ler, mas não é escrito.
Coisa que eu queria não ter ouvido.
Coisa que eu quero ouvir e não ouço.
Eu também queria ser melhor, mais forte, mais convicta,
mas se eu parar pra remoer minhas dores todo dia,
falta força pra mudar o que tem de ser mudado.
É essa a questão: você tem pavor da realidade, eu não.
Eu sei que a vida não é cor-de-rosa, que eu fui muito magoada
e ainda serei muito mais.
A gente parte corações frequentemente, mesmo sem perceber.
Eu sei que não dá pra viver querendo que os outros percebam que dói,
ou esperando um reconhecimento que talvez nunca venha.
Entende? Você é vitima de si, e, por isso, acusa os outros de vilões,
mas é você que tem que levantar daí e se proteger, se cuidar, se perdoar,
gostar mais de você.
Nenhuma pessoa, no mundo inteiro, pode te ferir mais do que você mesmo".
- A menina e o violão
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