"Até pensei: quem dera houvesse razões pra te perdoar! Juro que pensei assim.
Mas não havia razão, nunca houve. Eu estava ali por gostar de quem você fingia ser,
mas quem você realmente é, é tão lamentável, tão triste, tão vazio.
Então, eu deitei e pensei: meu Deus, será que dá pra ser feliz assim?
Será que algum dia você deitou na cama e se sentiu mal por ser uma pessoa tão ruim?
Será que você sabe o que é ser livre, sem se sentir apodrecendo,
desmoronando por suas próprias mentiras?
Senti tanta raiva de você por um bom tempo, mas quando parei pra pensar,
percebi que você nem era digno disso. E adivinha? Nem de pena.
Porque pena a gente sente de quem é coitado, e você não é.
Você faz tudo isso porque é realmente uma pessoa muito ruim.
Como é bom falar isso sem sentir dor alguma, como é boa a leveza
de um coração curado, cheio de amor próprio.
E eu não desejo seu mal, porque desconhecer o amor já é mau o suficiente.
Sei que não ter verdade é não ter paz".
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