"Há uma linha tênue que diferencia o gostar e o depender...
O gostar é expressão da alma, é o sentimento natural que flui em prazer e alegria acerca de algo que despertou a sua natureza.
O gostar nada tem a ver com a posse, do contrário jamais existiria, porque em uma análise consciente sabemos que nada nos pertence.
Não temos posse sobre a natureza, sobre as pessoas e nem sobre as coisas as quais usufruímos hoje.
Todas são empréstimos temporários da vida as quais um dia nos despediremos, inclusive do nosso próprio corpo.
De tudo a única coisa que poderíamos chamar de nosso são os nossos sentimentos.
Eu não preciso ter para sentir!
Não preciso possuir o sol para gostar do seu calor, não preciso ser dono de alguém para lhe amar, não preciso nem mesmo estar perto, apenas preciso sentir.
A ilusão de que temos algo em nosso poder é a raiz da dependência.
Mais do que pensar que temos, acreditamos que necessitamos e não percebemos que esse pensamento é a origem do apego.
Tudo ao qual nos apegamos controla o nosso emocional, pois fazemos disso o ponto de controle do nosso equilíbrio.
Nós mesmos elencamos algo ou alguém como necessário para nossa paz e nosso bem-estar.
Quem vê desta maneira acreditando que necessita ter não percebe que está se tornando o próprio escravo daquilo que pensava possuir.
Não há nada nocivo em gostar de estar perto de quem se ama e em poder usar e aproveitar de algum objeto que de alguma forma lhe é bom.
Mas é necessária a consciência da sua transitoriedade, da liberdade do outro, do nosso valor pessoal independente de nossas posses materiais e da responsabilidade sobre as nossas emoções.
Só assim entendemos que a nossa felicidade está na nossa capacidade de sentir e não no que ou no quanto pensamos possuir".
- Alexandro Gruber
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