“Acho que vi Flashdance pelo menos 20 vezes. Nos anos 80, eu queria ser exatamente como Alex, a personagem de Jennifer Beals. Durante o dia ela era uma operária da construção civil durona e de noite, uma ambiciosa bailarina. Claro que meu momento favorito do filme é a dança quando Alex faz um teste para entrar numa escola de balé metida a besta.
[...] Todas nós queríamos ser Alex em Flashdance. Ela era perfeita - roupa rasgada com aparência sexy; o trabalho de soldadora parecia empolgante; o balé era descolado e o break parecia fácil. Mas infelizmente a perfeição era apenas uma ilusão. Fiquei desapontada ao descobrir que o diretor do filme usou quatro pessoas diferentes para criar a sequência do teste: o belo rosto de Jenifer Beals, uma dançarina profissional para as cenas de balé, uma ginasta premiada para saltar e pular e um bailarino especialista em dança de rua para o break. [...] todo aquele dinheiro em polainas ... para quê? Para tentar alcançar um nível de perfeição que não existe.
Se a maioria de nós parasse para examinar as expectativas que estabelecemos, descobriríamos que, como na cena de Flashdance, nosso conceito de perfeição é tão irreal que não cabe em apenas uma pessoa. Em vez disso, é uma combinação de pedaços e traços que percebemos como perfeitos. Não queremos ser perfeitas - queremos editar e juntar todos os melhores clipes daquilo que vemos para formar nossa vida”.
- Brené Brown em “Eu achava que isso só acontecia comigo: como combater a cultura da vergonha e recuperar o poder e a coragem” (p. 183-184).
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