"O ser humano é consciente de si próprio, de sua finitude e das despedidas definitivas daqueles que o cercam. Quando alguém morre, aquele que fica caminha por uma estrada solitária; não raramente, procurando aquele que foi embora durante parte dessa jornada. A tarefa é ressignificar a história com o ser querido que se foi e redesenhar um espaço para que ele permaneça presente, mesmo que fisicamente ausente.
[...] A canção estende seus braços e nos ampara, cobre-nos e conforta-nos. Não cobra resposta. [...]
Cantar canções possibilita a comunicação, bem como a continência para a elaboração de sentimentos relacionados ao processo único de cada um. Letras de canções são formas de comunicação verbal melódica. Quando o enlutado não encontra ressonância ou aceitação para dividir sua perda, compartilhar uma canção pode reduzir a sensação de isolamento".
- Cristiane Ferraz Prade em "A arte como forma de expressão de lutos não sancionados" (no livro "O resgate da empatia").
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