"[...] o catolicismo percebe que há uma vantagem em sermos capazes de ver nossos amigos ideais espalhados pela casa em representações tridimensionais miniaturizadas. Afinal, a maioria de nós começou a vida cultivando relações com ursinhos e outros animais, com os quais falávamos e que tacitamente se dirigiam a nós. Embora imóveis, esses animais eram bastante hábeis em transmitir suas personalidades consoladoras e inspiradoras para nós. Conversávamos com eles quando estávamos tristes e éramos confortados quando olhávamos pelo quarto e os víamos estoicamente resistindo à noite por nós. [...] Em períodos de caos domésticos, podemos olhar para uma estatueta de plástico e internamente perguntar o que São Francisco de Assis recomendaria que disséssemos [...]. A resposta pode estar dentro de nós todo o tempo, mas, em geral, não emerge ou se torna efetiva até perguntarmos formalmente a uma estatueta sagrada".
- Alain de Botton in "Religião para ateus" (pp. 80-81).
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