"Em certa ocasião, uma menina de 3 para 4 anos desenhou uma imagem de sua mãe grávida, anunciando que era ela mesma que estava em sua barriga. Quando lhe perguntaram onde ela estava, já que não havia barriga no desenho, ela apontou o grandes olhos que colocara na mãe e disse: aqui. Não há melhor síntese do processo descrito pelo psicanalista francês Jacques Lacan, enquanto estádio do espelho. Ele explica que a imagem corporal da criança não é concebida de dentro para fora, ela é operada de fora para dentro, proveniente do olhar que a mãe ou substituta possa oferecer. Por isso, o corpinho da criança nasce da barriga, mas seu 'eu', sua imagem corporal, é parido pelos olhos da mãe. Óbvio que esse olhar tem de ser expressivo do quanto essa criança significa e de tudo o que é esperado dela."
- Corso & Corso em Fadas no Divã: Psicanálise nas Histórias Infantis
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