“Doía demais tê-lo em minha vida sem saber até onde ele realmente estava. Todo amanhecer se dividia entre a felicidade de tê-lo ao meu lado e a incerteza se era ali que ele realmente desejava estar. Doía não confiar em suas palavras e ainda assim não ter forças o suficiente para dizer adeus.⠀
Analisar conversas afim de encontrar alguma incoerência não era – nem de longe – a relação que eu desejava para mim. Ele tinha não só meu coração, mas as minhas emoções e os meus passos se quisesse. Inúmeras vezes deixei de emitir alguma opinião por medo de irritá-lo, fechei os olhos às evidências que denunciavam suas traições por medo de perde-lo.
⠀Tão ingênuos nós somos quando estamos dominados por nossos sentimentos. Ele não estava comigo há tempos e eu tinha medo de perder quem nunca fora meu na verdade. Amor vai além de palavras açucaradas e demonstrações eufóricas de afeto; e era somente isso que ele me dava. Uma falsa sensação de segurança que se esvaia a cada janela que ele abria às suas pretendentes e com as mentiras que me contava afim de me convencer que eu estava equivocada.
⠀Tanto eu quis amar quem sequer teve coragem de se render. Tanto eu quis lutar por alguém que no primeiro tiroteio me deixaria para ser alvejada. Tanto eu quis convencer a ficar quem só pensava, a todo o instante, em partir. A duras eu aprendi que amor não se implora e que o mais decente sempre é se despedir de quem se despediu de você.”
Pâmela Marques
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