terça-feira, 24 de novembro de 2020

Livro: "A águia e a galinha" - Leonardo Boff

 Li esse livro na faculdade e usei um dos trechos no meu TCC: "Nas viagens enfrentamos encruzilhadas. Que direção tomar? Somos obrigados a decidir em conformidade com nossos valores e com os grandes sonhos que alimentamos. Nas opções emerge o que somos por dentro: heróis e heroínas, fiéis até o sacrifício pessoal. Ou indecisos, covardes, vítimas de nossa própria omissão.

Ao superar obstáculos e ao encetar transformações necessárias para a conquista de seus ideais, cada um é provocado a ser heroi/heroína de si mesmo e de sua própria saga" (p. 74).


Valeu a releitura! Em 2017, a obra completou 20 anos de seu lançamento. A partir da metáfora de James Aggrey, educador que lutava pela libertação de Gana do domínio da Inglaterra

 - e conta sobre uma águia que é criada como galinha, até o dia em que abre suas asas e se colocar de novo naquilo que é seu potencial - Leonardo Boff nos faz pensar sobre as dualidades presentes em todo ser humano: realidade e sonho; necessidade e desejo; corpo e alma; caos e cosmos, entre outras.


 "Todo leitor e toda leitora também são coautores. Cada um faz a leitura de um livro a partir de sua história, das perguntas que se coloca na vida e que eventualmente procura respostas nele" (p. 11).


 "Muitos sentem a força da dimensão-galinha e anseiam por sua libertação. Como gostariam de voar alto e despertar a águia escondida dentro de si. De repente, uma coragem desconhecida emerge e eles começam um processo de libertação. É a dimensão-águia se fazendo presente em sua vida. Outras vezes se dão conta de que seus projetos são complexos demais, seus sonhos quase inalcançáveis, suas utopias sendo negadas pela rudeza da realidade. Sentem que devem redescobrir a dimensão-galinha: serem mais concretos; darem passos mais curtos, mas seguros; começarem pelo primeiro degrau da escada e não saltarem imediatamente para o quinto. Constroem o trampolim que permite o salto para as alturas onde voa a águia" (p. 13).


 "James Aggrey tinha razão: cada pessoa tem dentro de si uma águia. Ela quer nascer. Sente o chamado das alturas. Busca o sol. Por isso somos constantemente desafiados a libertar a águia que nos habita" (p. 33).


"Assistimos ao esforço fantástico dos monopolizadores do ter, do saber e do poder para nos reduzir a simples galinhas. Para nos manter somente nos limites estritos do galinheiro e do terreiro. Para nos subordinar aos seus interesses. [...] Eis aí o grande desafio: salvaguardar a águia, sua sagrada significação para o destino humano de fazer-nos voar rumo ao espaço aberto. [...] Uma asa mais uma asa não são duas asas, mas uma águia inteira que pode voar, ganhar altura e recuperar sua integridade e sua libertação" (p. 70-71). 


"Nascemos do coração das grandes estrelas. Por isso existimos para brilhar. Pois carregamos dentro de nós o brilho originário dessas estrelas" (p. 100).




Nenhum comentário:

Postar um comentário

  "E no final, acho que não precisamos fazer nada para sermos amados. Passamos a vida toda tentando parecer mais bonitas, mais intelige...