sábado, 18 de maio de 2019

Gratidão - Oliver Sacks

« Gratidão » estava na minha lista há muito tempo e ontem ganhei da querida amiga Estela.

« Agora estou face a face com a morte, mas isso não quer dizer que não quero mais nada com a vida ».

Neste livrinho, Oliver Sacks faz uma reflexão em textos curtos sobre sua vida diante do diagnóstico de um câncer terminal.

« Não consigo fingir que não estou com medo. Mas meu sentimento predominante é a gratidão. Amei e fui amado, recebi muito e dei algo em troca, li, viajei, pensei, escrevi. Tive meu intercurso com o mundo, o intercurso especial dos escritores e leitores. Acima de tudo, fui um ser senciente, um animal que pensa, neste belo planeta, e só isso já é um enorme privilégio é uma aventura” (p. 30)

« [...] não creio em (nem desejo) uma existência após a morte, exceto na memória dos amigos e na esperança de que alguns dos meus livros ainda possam ‘falar’ às pessoas depois que eu morrer” (p. 18).

“Quem morre não pode ser substituído. Deixa lacunas que não podem ser preenchidas, pois é o destino - destino genético e neural - de todo ser humano ser um indivíduo único, encontrar seu próprio caminho, viver sua própria vida, morrer sua própria morte” (p. 30).

“E agora fraco, sem fôlego, os músculos antes firmes derretidos pelo câncer, encontro meus pensamentos cada vez mais, não no âmbito sobrenatural ou espiritual, e sim no que se quer dizer com levar uma vida boa, que valha a pena - alcançar a sensação de paz dentro de si mesmo. Encontro meus pensamentos rumando em direção ao Shabat, o dia de descanso, o sétimo dia da semana, e talvez o sétimo dia da nossa vida também, quando podemos sentir que nosso trabalho está feito e, com a consciência em paz, descansar” (p. 58).

*Na foto, também a caixinha com as digitais de pessoas queridas do grupo da Vila Mariana. Porque é isso que importa: as marcas que deixamos.



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