“Nesse carnaval, ‘não é não’ e a máscara de Fábio Assunção não é bacana.
Já pensou se alguém pegasse a sua maior fragilidade e fizesse meme, máscara, música, piada, figurinha e espalhasse por aí?!
Outro dia, em uma loja de brinquedos, colocaram a máscara de Fábio em um boneco grande e as crianças pegavam e vestiam a máscara.
Agora me diga, você, pai ou mãe, como vai dizer que aquela máscara é pra rir de alguém que precisa de ajuda, porque está doente?
A relação com o álcool é massiva, um vício gourmet: bebemos todos os finais de semana, só nos divertimos quando bebemos, fazemos coisas que não faríamos quando bebemos e, às vezes, bebemos e dirigimos.
A diferença é que há um limite moral ou físico consciente.
Com Fábio Assunção, não. Ele é um cara bacana, mas não consegue. Não vamos entrar nas razões dele porque são DELE.
Isso não deve ser motivo de riso.
Alcoolismo é uma doença (CID 291/303). E por ser tão socialmente aceita e comercialmente super estimulada, é tão difícil de tratar.
Converse com alguém que tem um vício: seja sexo, droga, jogo, celular, remédio, trabalho, comida.
Converse com alguém que já perdeu alguém pra um vício.
Será que devemos reproduzir um comportamento de manada sem minimamente questionar?
Pensar um pouco não dói. Te juro.
Nem sai fumacinha da cabeça.
Pensar no outro também não.
Sigo também aprendendo.
Brincadeira boa é onde cabe muita gente e todo mundo ri.
Se seu riso só se manifesta com piadas que tangenciam a dor de alguém, desculpe, sinto informar, você não é engraçado.
Crueldade mata. Quando não mata, ‘aleja’.
Se ser chato é respeitar a busca por direitos e por respeito, permaneço desejando ser chata.
Tão cafona rir da ferida do outro. Vish.
Coisa mais fora de moda é usar a máscara de alguém que está adoecido e precisa de ajuda só pra anunciar aos quatro cantos que “hoje vou ficar lokão”.
Fique lokão, bicho. É sua escolha e lembre que os dependentes químicos não podem escolher.
Eu prefiro lembrar de Fábio assim, galã, bonitão, com esse zoinho azul, e apenas desejar que ele fique bem”.
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- Leana Mattei
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