[1945]
"[...] Jorge pediu vinho do Porto. Sem fazer rodeios, entrou, enfim, no assunto urgente: dizendo que me amava, propôs-me casamento. Casamento sem juiz nem certidão, pois vivíamos num país sem divórcio [...]. Queria resolver de uma vez o problema de nosso relacionamento, que não passara até então de um namoro platônico. Jorge repetiu que me amava e que estava certo de que seríamos felizes. Encontrara em mim a mulher que sempre procurara. [...]
Sentia uma espécie de tontura, não tanto pelo vinho - estávamos no segundo cálice - como pela emoção. Sóbria, teria lhe confessado que também o amava, mas o vinho do Porto ajudou-me a ir além: disse-lhe, com veemência, sem nenhum constrangimento ou censura, que meu amor por ele era enorme, fora de todas as medidas. Eu o acompanharia para onde quisesse conduzir-me, paraíso ou inferno, enquanto sentisse que ele me amava".
"[...] Jorge pediu vinho do Porto. Sem fazer rodeios, entrou, enfim, no assunto urgente: dizendo que me amava, propôs-me casamento. Casamento sem juiz nem certidão, pois vivíamos num país sem divórcio [...]. Queria resolver de uma vez o problema de nosso relacionamento, que não passara até então de um namoro platônico. Jorge repetiu que me amava e que estava certo de que seríamos felizes. Encontrara em mim a mulher que sempre procurara. [...]
Sentia uma espécie de tontura, não tanto pelo vinho - estávamos no segundo cálice - como pela emoção. Sóbria, teria lhe confessado que também o amava, mas o vinho do Porto ajudou-me a ir além: disse-lhe, com veemência, sem nenhum constrangimento ou censura, que meu amor por ele era enorme, fora de todas as medidas. Eu o acompanharia para onde quisesse conduzir-me, paraíso ou inferno, enquanto sentisse que ele me amava".
- Zélia Gattai em "Um chapéu para viagem" (p. 41).
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