"Eu não uso somente as gavetas para guardar recordações. Eu uso os bolsos dos casacos, da calça. Os fechos da mochila, o fundo da mala. O que eu mais gosto é me comover a toa com uma lembrança antiga. É de repente colocar um casaco, colocar um terno, sem querer mexer no bolso e encontrar sua memória viva e reconstituir o endereço e o sentido daquele bilhetinho. A vida é feita de várias repescagens. Não guardo tudo num único lugar. Guardar em um único lugar é túmulo. Deixe a sua vida espalhada pela casa.
— Fabricio Carpinejar
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