terça-feira, 12 de junho de 2012

"Parece que a maioria dos 'relacionamentos amorosos' não leva muito tempo para se tornar uma relação de amor e ódio. (...) Se em seus relacionamentos você vivenciou tanto o 'amor' quanto o seu oposto - a agressão, a violência emocional, etc -, então é provável que você esteja confundindo o apego do ego e a dependência com amor. Não se pode amar alguém em um momento e atacar essa pessoa no momento seguinte. O verdadeiro amor não tem oposto. Se o seu 'amor' tem oposto, então não é amor, mas uma grande necessidade do ego de obter um sentido mais profundo e mais completo do seu eu interior, uma necessidade que a outra pessoa preenche temporariamente. É uma forma de substituição que o ego encontrou e, por um curto período, ela parece ser mesmo a salvação. Chega então um momento em que o outro passa a se comportar de um modo que deixa de preencher as nossas necessidades, ou melhor, as necessidades do nosso ego. As sensações de medo, sofrimento e falta, que estavam encobertas pelo 'relacionamento amoroso' voltam a aparecer. Como acontece com qualquer vício, ficamos muito bem enquanto a droga está disponível, mas chega um momento em que a droga não funciona mais. Quando essas dolorosas sensações de medo reaparecem, nós as sentimos mais fortes do que antes e passamos a ver o outro como a causa de todas essas sensações. Isso significa que estamos projetando no outro essas sensações, por isso nós o agredimos com toda a violência que é parte do nosso sofrimento. (...) É por isso que, passada a euforia inicial, existe tanta infelicidade, tanto sofrimento nos relacionamentos íntimos. Estes não causam o sofrimento e a infelicidade. Eles trazem à superfície o sofrimento e a infelicidade que já estão dentro de nós. O amor é um estado do Ser. Não está do lado de fora, está bem dentro de nós. Não temos como perdê-lo e ele não consegue nos deixar. Não depende de um outro corpo, de nenhuma forma externa. Aprenda a expressar os seus sentimentos sem culpar ninguém."

 Eckhart Tolle - Praticando o poder do agora

Nenhum comentário:

Postar um comentário

  "E no final, acho que não precisamos fazer nada para sermos amados. Passamos a vida toda tentando parecer mais bonitas, mais intelige...